No dia 26 de abril de 1986, dois reatores nucleares explodiram na cidade de Chernobyl, na Ucrânia, lançando 100 vezes mais radiação que a bomba atômica de Hiroshima. Nesse dia, o mundo presenciou o maior desastre nuclear da história da humanidade. Na época, as autoridades e especialistas se questionaram se deveriam continuar a investir nessa tecnologia e diversos países optaram por utilizar outras alternativas.
Mais de duas décadas se passaram, nenhum outro grande acidente aconteceu, e aos poucos as questões ligadas ao risco foram deixadas de lado. Desde então, diversas usinas foram construídas pelo mundo e outras reativadas.Mas em 11 de março deste ano o problema voltou à tona em Fukushima, no Japão. Após a catástrofe natural do terremoto de 8,9 na escala Richter que atingiu o país, reatores da central de energia atômica de Fukushima sofreram um problema de superaquecimento, em razão de uma pane no sistema de resfriamento provocada pela chegada do tsunami. Um aumento da pressão no interior das edificações que protegem os reatores provocou uma série de explosões, que danificaram o invólucro de metal que protege as barras de combustível nuclear de um dos reatores. O vazamento de radiação atingiu níveis perigosos e centenas pessoas tiveram que ser retiradas das proximidades da usina.
Com esse grave acidente, especialistas em todo o mundo voltam a debater a questão da periculosidade das usinas nucleares. Para José Goldemberg, físico nuclear e professor da Universidade de São Paulo, o acidente do Japão mostrou que a energia nuclear é “extremamente vulnerável”. Já o físico nuclear e diretor emérito da Ecole Polytechnique de Palaiseau, Roberto Salmeron, lembra que a energia nuclear é inevitável para a produção de eletricidade em muitos lugares do mundo.
Com a colaboração de Bruna Sá
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