domingo, 11 de novembro de 2012

Notícia da Semana Atualidades ( A Reeleição de Obama)


A vitória do homem bom

A reeleição de Barack Obama tranquiliza o mundo. A presidência da mais poderosa nação seguirá com um líder empenhado em manter o crescimento do país, gerar empregos, amparar a população afetada pela crise e respeitar os direitos civis

Por Tatiana Bautzer, enviada especial a Orlando, Flórida
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FORÇA
“Michelle, nunca te amei tanto como agora”

diz: Barack Obama No palanque da vitória, em Chicago, Michelle 
abraça Obama. Ele disse que se orgulha da popularidade da esposa
O mundo respirou aliviado graças ao trabalho de gente como Natasha Williams. Negra, de classe média, 50 anos, Natasha tirou folga no departamento de polícia do condado de Orange, onde é funcionária, para lutar por Barack Obama como voluntária do Partido Democrata. Sua tarefa era a mesma de um batalhão de advogados que os democratas espalharam pelos cantos empobrecidos e populosos da Flórida, o Estado multicolorido onde, talvez, os Estados Unidos mais se pareçam com o resto do planeta. Natasha estava empenhada em garantir que eleitores, principalmente negros e hispânicos, tivessem o direito de votar. E foi desse jeito que veio a vitória. Barack Obama acabou reeleito presidente pela força da nova base política que se impõe no país, formada por latinos, negros, mulheres e jovens com menos de 30 anos. A ameaça de um revés conservador, que o mundo inteiro temia, passou. O Partido Republicano, sempre ávido por guerras, amante da ortodoxia econômica e cada vez mais insensível aos problemas sociais, sucumbiu ao voto.
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Desde as sete da manhã da terça-feira 6, Natasha Williams deu plantão na igreja adventista Bethel, num bairro pobre de Orlando. Com o celular conectado ao comitê local da campanha de Obama, ela resolvia casos como o da cozinheira Jaimie Martyn, que, embora vizinha da igreja, tinha recebido um documento mandando-a atravessar a cidade para votar em outro lugar. “Esta carta não faz sentido e eles têm que permitir que você vote aqui”, explicava Natasha enquanto escoltava Jaimie até a longa fila na porta da igreja. A exclusão de eleitores vindos de minorias, que em 2000 marcou a eleição de George W. Bush, foi brecada na marra. Na Flórida, 23% dos eleitores são hispânicos; 16,5%, negros; 51%, mulheres. Quase dois milhões de habitantes têm entre 18 e 30 anos.
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Depois de uma longa e acirrada campanha, a reeleição do presidente Barack Obama foi comemorada por multidões nas ruas das maiores cidades americanas. Acompanhado da mulher, Michelle, e das duas filhas, Sasha e Malia, Obama foi ovacionado no estádio em Chicago onde fez seu discurso de vitória, depois da uma da manhã de quarta-feira 7. “Mais quatro anos!”, gritavam os eleitores, repetindo o refrão dos comícios. Obama homenageou com carinho a mulher e as filhas e agradeceu o envolvimento dos voluntários democratas que estimularam o comparecimento dos eleitores. “Tenha eu merecido seu voto ou não, ouvi sua voz”, disse. “Aprendi com vocês e voltarei à Casa Branca mais inspirado do que nunca.” Desta vez, sem prometer o impossível, fez um pronunciamento pragmático e pediu pela união do país.
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Os quatro anos de presidência de Obama foram duros e lhe custaram um naco de popularidade. Quando assumiu, em janeiro de 2009, o mundo estava submerso numa crise de dimensão histórica. A maneira como enfrentou os obstáculos, contudo, garantiu a Obama uma imagem suficientemente sólida para a reeleição. O caso da indústria automobilística é um dos melhores exemplos. As montadoras americanas pareciam destinadas ao sumiço. Numa medida impopular, a primeira de outras tantas que os analistas políticos condenaram, Obama socorreu as gigantes Chrysler e General Motors (GM) com empréstimos de emergência. Em contrapartida, exigiu o corte de custos trabalhistas e a revisão de seus modelos de negócio. O Partido Republicano foi contra. Mitt Romney, o candidato derrotado dos republicanos, chegou a escrever um artigo para o jornal “The New York Times” intitulado “Deixem Detroit quebrar”. Quatro anos depois, Obama venceria em Ohio, no meio-oeste, onde se concentra boa parte da indústria automobilística americana. Ele era o “salvador” de mais de um milhão de empregos. Seu adversário, o candidato dos ricos. “Se Romney for eleito, os milionários vão controlar o governo”, dizia Matthew Szymanski, de 51 anos, que acompanhou, na semana passada, o último comício de Michelle Obama num parque perto do aeroporto de Orlando. Ex-militar, dono de uma imobiliária que quebrou com a crise na Flórida, Szymanski sente que os republicanos “querem voltar aos anos 50”.
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À revelia da oposição, durante seu mandato Obama também aumentou os controles do mercado financeiro, reduzindo as brechas que levaram à crise de 2008. Com ele, a interferência do Estado cresceu e isso acabou sendo fundamental para reaquecer a economia. Assim, não apenas nos Estados Unidos, mas por todo o mundo, Obama firmou-se como o maior porta-voz da agenda da ação governamental em oposição à austeridade ortodoxa. O pacote de estímulos de mais de US$ 800 bilhões que aprovou foi importante para injetar ânimo no mercado e investimentos em infraestrutura. A taxa de desemprego recuou para abaixo de 8% faltando dois meses para as eleições e a previsão é de que o Produto Interno Bruto avance 2%. Para Marty Linsky, professor de políticas públicas da Universidade de Harvard, os americanos gostariam que a economia estivesse melhor. “Mas, por outro lado, eles sabem que as coisas estão melhorando, mesmo que seja tão lentamente”, disse Linsky à ISTOÉ.
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No discurso da vitória, Obama tratou de preparar os americanos para dificuldades que o país terá pela frente. Enfrentando uma feroz batalha sobre o déficit público com a Câmara dos Deputados, que continua sob controle republicano, Obama prometeu negociar. “Quero trabalhar nos próximos meses com os líderes dos dois partidos para enfrentar os desafios que só podemos resolver juntos, como reduzir o déficit, reformar o sistema tributário, mudar as regras de imigração e livrar-nos do petróleo estrangeiro”, afirmou. O primeiro teste será a capacidade de fechar um urgente acordo sobre os limites de endividamento no País para evitar um corte drástico (de US$ 600 bilhões) nos gastos públicos. Dois dias depois de pedir conciliação, Obama já recebeu sinais de que os republicanos aceitam negociar para dosar o corte.
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A opção de Obama pelo multilateralismo como peça central de sua política externa é outro ponto que tranquiliza a comunidade internacional. O presidente que caçou o terrorista Osama Bin Laden, para o regozijo dos americanos, foi prudente quando se deparou com novas ameaças. No momento em que os levantes da Primavera Árabe ganharam força na Líbia no ano passado, por exemplo, ele liderou uma intervenção no país para frear a ofensiva do regime de Muamar Kadafi contra os rebeldes. Mas só fez isso depois de apoiado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, pela Otan e a pedido da própria Liga Árabe, o que era impensável até algum tempo atrás. Em relação ao Irã, acusado de fabricar bomba atômica, Obama também atuou junto à ONU para negociar sanções a Teerã, que incluem o veto ao fornecimento de armamentos pesados e tecnologia nuclear. Romney passou a campanha inteira sugerindo medidas mais drásticas.
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O tom raivoso do Partido Republicano despontou como marca contundente na campanha eleitoral, o que ajuda a entender o alívio global experimentado com a eleição de Obama. A última administração republicana, com George W. Bush, representou um colossal fracasso, coroado por duas guerras (Afeganistão e Iraque) e um crash global gerado na permissividade que foi ofertada aos financistas de Wall Street. A esse desastre, surpreendentemente, o partido respondeu com a magnificação do Tea Party, sua falange mais hidrófoba, conservadora e estridente. Essa guinada à direita, temperada pelo fundamentalismo religioso e fanatismo fiscal, acabou revelando-se desastrada: o Tea Party perdeu força no Congresso, amargando derrotas de algumas de suas principais estrelas. O resultado da eleição mostrou que republicanos ignoraram a mudança demográfica que ocorreu nos Estados Unidos, confiando no público de sempre – homens brancos, acima de 40 anos, cuja participação no total do eleitorado vem caindo. Um de seus principais equívocos foi a mudança de posições sobre imigração. Nas épocas de forte crescimento econômico, ainda que isso não ficasse explícito publicamente, os republicanos viam a chegada de imigrantes como uma maneira de evitar pressões por aumentos salariais em setores que usam muita mão de obra. Nessa campanha estrilaram por linha dura, numa cruzada contra os imigrantes ilegais. A réplica das urnas foi clara: mais de 70% do eleitorado latino, que ganha relevância nacional com participação de 10% no total, votou em Obama, apesar das críticas que vinha fazendo à timidez de seu governo sobre o tema. Agora, a reforma migratória vai virar ponto central do novo mandato dos democratas.
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Na questão dos direitos civis, o precipício que separa conservadores e liberais parece ainda maior do que o abismo fiscal que desafia Obama. Os republicanos, tradicionalmente contra o aborto (legal nos Estados Unidos desde a década de 70), vêm elevando o tom de suas críticas ao procedimento. Alguns de seus candidatos mais religiosos passaram a rejeitar o aborto até em caso de estupro. O governador da Flórida, Rick Scott, colocou na cédula desta eleição uma proposta – que acabou rejeitada pelos eleitores – para eliminar recursos públicos dirigidos à prática do aborto. Os republicanos fizeram ainda diferentes sugestões de limitação ao uso de contraceptivos e defenderam leis que proíbem direitos às uniões de pessoas do mesmo sexo. Enquanto isso, eleitores de três Estados, Maine, Maryland e Washington, aprovaram casamentos gay e o Colorado passou a aceitar o uso recreativo da maconha. Num cenário desses, Obama reforçou a imagem de tolerância dos democratas ao dizer em seu discurso que todos têm a chance de ter sucesso nos Estados Unidos, sejam eles “brancos, negros, asiáticos ou indígenas, jovens ou velhos, saudáveis ou deficientes, gays ou heterossexuais”.
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Não é difícil entender por que a página editorial do “Wall Street Journal”, um dos mais tradicionais bastiões do conservadorismo nos Estados Unidos, fez um editorial depois da derrota de Romney afirmando que o Partido Republicano não sobreviverá sem adaptar suas posições à nova demografia do País. “Os republicanos viraram o partido de um número declinante de eleitores mais velhos e brancos, concentrados no sul ou em comunidades rurais e pequenas cidades”, afirmou o jornal. Isso é visível em qualquer reduto republicano. Num local de votação de um bairro de alta renda em Orlando, um casal de mais de 60 anos, que preferiu não se identificar, explicava que votaria em Romney “porque Obama apoiava coisas proibidas pela ‘Bíblia’”, como o aborto ou o casamento gay. No comitê central de campanha de Mitt Romney em Orlando, que ocupava uma loja de um shopping a céu aberto, o voluntário Dale Smith, de 67 anos, veterano da guerra do Vietnã, dizia que a eleição de Obama feria liberdades econômicas e garantias fundamentais da constituição, como a de portar uma arma. “Defendemos nossa liberdade contra o socialismo que Obama quer implantar”, bradou, reclamando dos gastos em programas sociais e da alta dívida do país. Smith passou 15 minutos explicando por que a jornalista brasileira deveria assistir a um documentário do comentarista politico Dinesh D’Souza, recheado de teorias conspiratórias sobre a influência da família e infância de Obama em suas convicções políticas. Mais impressionante foi a reação do comentarista conservador Rush Limbaugh, um dos mais agressivos críticos do presidente, em seu programa de rádio no dia seguinte à reeleição. “Não consigo entender como não elegemos um homem tão bom como Romney”, afirmava Limbaugh. Sua teoria para explicar a derrota era simplória: “É impossível ganhar a eleição do Papai Noel”.
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Colaborou Mariana Queiroz Barboza
Foto: Robyn Beck/AFP PHOTO
Fotos: Cheryl Senter/The New York Times/Latinstock; Jeff Haynes/Reuters/Latinstock
Fotos: Seth Wenig e ROGERIO BARBOSA/AP Photo
Fotos: Jewel Samad/AFP PHOTO; Scott Olson/Getty Images/AFP
Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/252947_A+VITORIA+DO+HOMEM+BOM?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

domingo, 4 de novembro de 2012

JOSÉ SARAMAGO - RODA VIVA (2003)

Roda Viva - Milton Santos

Notícia da Semana Atualidades (Catástrofe em Nova Iorque)


Nova York sitiada

Força da tempestade Sandy mata mais de 50 pessoas na Costa Leste americana, deixa oito milhões de pessoas sem luz, inunda Nova York, fecha pela primeira vez o metrô da cidade e traz prejuízos de US$ 50 bilhões à combalida economia dos EUA

Tamara Menezes
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CIDADE PARADA 
Vista do Brooklyn para Manhattan na segunda-feira 29: inundação isolou a ilha.
Cena 1: ruas de Manhattan totalmente vazias. Cena 2: ventos fortes, chuva, uma violenta tempestade começa a varrer Nova York. Cena 3: carros amontoados uns sobre os outros, estações de metrô inundadas, semáforos quebrados, fachadas de prédio caídas, incêndios, explosões. Somente a linguagem cinematográfica, que tanto usou Nova York como cenário de filmes-catástrofes, consegue traduzir bem o que a cidade viveu na semana passada. Vítimas de uma violenta tempestade pós-tropical na qual o furacão Sandy se transformou, os americanos enfrentaram situações hollywoodianas quando o fenômeno atingiu a Costa Leste do País, na segunda-feira 29, com ventos de até 190 quilômetros por hora. Sem luz e sem comunicação, a cidade que não dorme apagou. Em vários outros municípios, a devastação também foi enorme. O número de mortos, 70 até o fechamento desta edição, só não foi maior graças ao alarme antecipado e ao deslocamento da população para áreas mais seguras. Foi um filme de terror – ao vivo.
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O prejuízo pode chegar a US$ 50 bilhões, levando em conta a paralisação nos aeroportos, comércio, indústria, setor de serviços. A Bolsa de Valores de Nova York, a mais importante do planeta, que movimenta US$ 117,4 bilhões por dia, fechou pela primeira vez desde o atentado terrorista ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Por motivos climáticos, o último fechamento da bolsa foi em 1888. “Ainda que os edifícios de Nova York sejam muito sólidos, o estrago era esperado em razão da violência”, afirma Tania Sausem, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Avisada com antecedência, a população se refugiou, estocou comida e água, se protegeu. O transporte público foi fechado. Com as inundações, túneis e garagens ficaram bloqueados, a água afetou estruturas. Algumas das 468 estações de metrô, paralisado pela primeira vez em 108 anos, ficaram inundadas até o nível dos acessos.
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CENAS DA CATÁSTROFE 
Morador do Brooklyn se equilibra numa lata de lixo.
O furacão Sandy uniu condições raramente conjugadas. “Quase tudo o que podia contribuir para torná-lo mais devastador aconteceu”, sintetiza José Henrique Alves, oceanógrafo brasileiro que trabalha no serviço de previsão do tempo americano. Alves explicou que o vento muito forte elevou o nível da água, na chamada maré meteorológica. O efeito foi reforçado pela lua cheia e a maré alta, que tem efeito parecido. Quando a tempestade chegou ao continente, em Atlantic City, no Estado de Nova Jersey, a média dos ventos estava em 145 km/h, com rajadas de até 230 km/h. Em vez de enfraquecer, como era esperado, Sandy esbarrou de frente com uma tempestade de neve vinda do interior do país. “Em um furacão menor, o aumento do nível do mar é mais localizado e escoa. Mas como o Sandy nunca se viu, pelo menos nos últimos 100 anos”, avalia Alves. Em geral, os furacões apenas margeiam a Costa Leste dos EUA.
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CENAS DA CATÁSTROFE
Remoção de paciente de hospital que ficou sem luz.
Os estragos foram piores no sul da ilha de Manhattan, que ficou sem luz e sem internet. A previsão era de retorno da eletricidade somente no fim de semana. “O pior é à noite. Temos que ligar lanternas para mostrar que estamos em casa. Se acontecer algum problema de segurança, não temos comunicação para pedir ajuda”, disse Leonardo Alvim Botelho, 31 anos, contador brasileiro morador do Gramercy. O silêncio noturno tomou conta da região, que é considerada o epicentro da badalação da cidade, com seus bares e restaurantes da moda. “Os carros particulares foram proibidos temporariamente de circular com menos de três pessoas a bordo. As ruas já estão cheias de lixo porque a coleta não foi regularizada e a comida começa a estragar sem eletricidade”, conta ele. Moradora do Brooklyn e estudante da School of Visual Arts, em Manhattan, a carioca Laura Lannes, 20 anos, não sabe ainda como voltará às aulas. “Os túneis de metrô Brooklyn-Manhattan estão sem previsão de conserto. A faculdade suspendeu as atividades esta semana, mas e depois?”, questiona ela.
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CENAS DA CATÁSTROFE
Região do World Trade Center vira cachoeira e garagem de táxi submersa
A preocupação da estudante é a mesma de especialistas: até quando a cidade ficará parcialmente parada? “As pessoas não estão indo trabalhar. As lojas, fechadas. Até 0,6 ponto percentual do crescimento do Produto Interno Bruto pode ficar comprometido”, analisa Fernando Roberto de Almeida, professor de economia política internacional do Instituto de Estudos Estratégicos (Inest). Até a campanha eleitoral sofreu um apagão após a passagem de Sandy. O presidente Barack Obama se postou como comandante da reconstrução, acelerou a transferência de recursos e deve sair com crédito da situação. Já Mitt Romney, candidato a presidente pela oposição, que queria reduzir os recursos destinados ao sistema de emergências, saiu atingido pelo furacão.

Colaborou Mariana Brugger 
Foto: Peter T./Demotix
Fotos: Kirsten Luce/The New York Times; John Minchillo, Charles Sykes-ap

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Notícia do dia (Furacão Sandy)


Nova York levará dias para voltar à vida normal após tempestade, diz prefeito

Bloomberg afirma que metrô seguirá fechado por 'quatro ou cinco dias' e que escolas não abrirão na quarta-feira por causa de Sandy, que deixou mais de 30 mortos na costa leste

iG São Paulo  - Atualizada às 
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, afirmou nesta terça-feira que levará dias para que a vida na cidade seja normalizada após a passagem datempestade Sandy . De acordo com Bloomberg, o sistema de metrô, atingido por danos sem precedentes, continuará fechado por "quatro ou cinco dias" e as escolas não abrirão na quarta-feira. "Essa tempestade foi devastadora, talvez uma das piores que já vivemos", afirmou.
AP
Danos causados por incêndio durante a passagem da tempestade Sandy por Breezy Point, Nova York (30/10)
Sandy deixou ao menos 10 mortos apenas em Nova York - mais de 30 em toda a costa leste -, além de cortes de energia que ainda atingem pelo menos 750 mil moradores da cidade. O sistema de transporte público está fechado desde domingo e Bloomberg disse esperar que alguns ônibus possam voltar a circular ainda nesta terça-feira. Uma retomada completa do serviço, porém, está sendo estudada para quarta-feira.
De acordo com Bloomberg, mais de 6,1 mil pessoas estão em 76 abrigos. O incêndio que destruiu mais de 80 casas durante a noite em Breezy Point, no Queens, foi controlado. "Parecia um incêndio florestal no meio-oeste", comparou o prefeito, dizendo que outros 23 grandes focos de fogo foram registrados na cidade.  Por causa da passagem de Sandy, o presidente dos EUA, Barack Obama, declarou zona de desastre nas regiões de Nova York e Nova Jersey. A medida permite que governos e comunidades locais solicitem com urgência recursos do governo federal para enfrentar as consequências da tempestade. No momento, o centro de Sandy se aproxima da Filadélfia.
De acordo com comunicado da Casa Branca, fundos federais estão disponíveis para os condados do Bronx, Kings, Nassau, Nova York, Richmond, Suffolk e Queens, todos na região de Nova York. Em Nova Jersey, a medida se refere aos condados de Atlantic, Cape May, Essex, Hudson, Middlesex, Monmouth, Ocean e Union.
A supertempestade Sandy chegou aos EUA na noite de segunda-feira com ventos de 130 km/h, tocando o solo em Nova Jersey, causando inundações e cortes de energia na região de Nova York. Sandy perdeu o status de furacão pouco antes de tocar a terra, mas a distinção é meramente técnica, definida com base na forma e na temperatura interna da tempestade.
Veja a trajetória de Sandy:
A Bolsa de Nova York permaneceu fechada nesta terça-feira, na primeira vez em que o fechamento aconteceu por dois dias consecutivos desde 1888, quando uma nevasca atingiu a cidade. As autoridades afirmam, no entanto, que o principal centro financeiro do país deve reabrir na quarta-feira. O nível do mar chegou a 4 metros em Manhattan, inundando o distrito financeiro e os túneis do metrô.
Os dois maiores aeroportos de Nova York estão fechados desde domingo e mais de 12 mil voos foram cancelados . Segundo o governador do estado, Andrew Cuomo, o aeroporto de La Guardia deve permanecer fechado nesta quarta-feira. Já o aeroporto JFK "provavelmente abrirá a partir de amanhã (quarta)", disse Cuomo.
Mais de 200 pacientes - incluindo 30 recém-nascidos que estavam na UTI - tiveram de ser transferidos do Hospital da Universidade de Tisch em Nova York após a energia cair e o gerador falhar. Os pacientes, muitos usando respiradores que funcionavam a bateria, foram levados a outros hospitais.
A usina nuclear mais antiga dos EUA, Oyster Creek, em Nova Jersey, entrou em estado de alerta por causa da tempestade. A instalação estava fechada desde 22 de outubro por causa de uma troca de combustível programada com antecendência, mas o aumento das águas na instalação, que fica perto da Baía de Barnegar, levou as autoridades a declarar "evento incomum" por volta das 19h de segunda-feira (horário local). Cerca de duas horas depois, a situação foi elevada para "alerta", o segundo nível mais baixo no sistema de avisos, que tem quatro níveis.

domingo, 28 de outubro de 2012

Resultado das eleições 2º turno Florianópolis/SC


FLORIANÓPOLIS

  • Apurados: 322.875 (100,00%)
  • Não Apurados: 0 (0,00%)
  • Última atualização: 28/10/12 às 18h50
CANDIDATOPARTIDOCOLIGAÇÃOVOTOS% VÁLIDOSSTATUS
CESAR SOUZA JÚNIOR55PSDPP / PSC / DEM / PSDC / PSB / PSDB / PSD117.83452,64%
GEAN LOUREIRO15PMDBPDT / PTB / PMDB / PSL / PTN / PPS / PHS / PMN / PTC / PV106.01347,36%
VOTOS APURADOSVOTOS% TOTAIS
Total de votos apurados257.279
?Votos válidos
223.84787,01%
?Votos nulos
25.5489,93%
?Votos em branco
7.8843,06%
?Votos pendentes
00,00%
COMPARECIMENTOVOTOS% TOTAIS
?Total Comparecimento
257.27979,68%
?Total de abstenções
65.59620,32%
?Eleitores
322.875 
Fonte: http://eleicoes.terra.com.br/apuracao-resultado/2012/2turno/sc/florianopolis,81051.html

Notícia da Semana Atualidades (eleição de Haddad)


Petista Fernando Haddad é o novo prefeito de São Paulo

Escolha praticamente pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Educação repete parte razoável da trajetória eleitoral da presidente Dilma Rousseff

Do Portal Terra
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O candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, está matematicamente eleito, e é o novo prefeito de São Paulo. Com 92,48% das urnas apuradas até as 19h16, o petista tem 56,03% dos votos, e não pode mais ser alcançado pelo candidato do PSDB, José Serra, que aparece com 43,97%. Haddad vence a disputa após ficar em segundo lugar no primeiro turno, com 28,98% dos votos, atrás do tucano, que alcançou 30,75% dos votos válidos.
 
Escolha praticamente pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Educação repete parte razoável da trajetória eleitoral da presidente Dilma Rousseff (PT). A exemplo de Dilma, o estreante Haddad foi apontado por Lula, enquanto boa parte dos quadros petistas preferiam a indicação da ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT), prefeita de São Paulo entre 2001 e 2005, mas que havia perdido os dois pleitos seguintes. Haddad, que se licenciou do MEC em janeiro, precisou de uma escalada até a vitória deste domingo.
 
As primeiras pesquisas para a disputa em São Paulo, no mês de maio, davam ao ex-ministro cerca de 3% das intenções de voto. Primeiro candidato a apresentar plano de governo em detalhes, Haddad iniciou sua escalada rumo ao segundo turno quando o horário eleitoral gratuito chegou aos meios de comunicação. Com o apoio dedicado de Lula, em que pese suas limitações após o tratamento de um câncer na laringe, e da presidente Dilma, que dividiu a agenda com seus compromissos em Brasília, Haddad chegou à terceira posição. A primeira vitória também passou por uma coligação marcada por uma grande polêmica, mas que permitiu ao PT e seu candidato terem mais de sete minutos por dia na televisão.
 
Com intervenções diretas de Lula, a candidatura de Haddad recebeu os apoios do PSB e do PCdoB, o que obrigou Netinho de Paula a abdicar de sua pré-candidatura. Mas foi a aliança com o PP que criou polêmica: embora sejam aliados do PT no plano federal, os pepistas travaram rivalidade histórica na capital paulista, personificada pela imagem desgastada de Paulo Maluf. O deputado federal oficializou seu apoio a Haddad em uma fotografia com o ex-presidente que dominou o noticiário. Pouco ativo na campanha petista, porém, Maluf foi aos poucos suplantado.
 
Nos últimos dias da disputa de primeiro turno, Haddad deslanchou nas pesquisas e retomou os votos que Celso Russomanno, do PRB, parecia disposto a conquistar na classe mais carente. Novamente forte na periferia, o PT e seu candidato conseguiram mais de 29% do eleitorado da capital e a confirmação de mais três semanas de campanha. O adversário era um velho conhecido e o predileto dos petistas: José Serra, do PSDB. Vencido por Lula, em 2002, e por Dilma, em 2010, o tucano havia retornado a São Paulo em busca de um cargo majoritário, mas seu alto índice de rejeição (em torno de 50%) praticamente definiu a vitória a favor de Fernando Haddad, que optou por campanha propositiva e venceu graças a dois pilares principais: alianças e plano de governo.
 
Repercussão
 
O presidente estadual do partido em São Paulo, deputado Edinho Silva, afirmou esperar uma transição pacífica do governo de Gilberto Kassab (PSD). Segundo o parlamentar, o partido crê que a atual administração facilite a troca de comando na capital paulista.
 
"Vamos fazer uma transição democrática e republicana. Vai ser uma transição pacífica", disse Edinho. A liderança petista também refutou uma possível "perseguição política" aos atuais servidores alinhados com Kassab.
 
"Perseguição não faz parte da tradição do PT. O Haddad é um homem democrático. Ele vai chegar à prefeitura olhando para o futuro", afirmou. Segundo ele, funcionários da administração municipal que queiram auxiliar o futuro governante serão chamados a participar de um possível governo do PT.
 
Edinho também analisou a divisão de poder no Legislativo municipal. Para ele, Haddad deve trabalhar com maioria parlamentar em um futuro governo, criando as melhores condições para governar. "Não tenho dúvida de que ele vai conquistar maioria na Câmara (...) o governo dele vai surpreender muita gente na cidade".
 
Chalita
 
O deputado federal Gabriel Chalita (PMDB) afirmou que a vitória do candidato petista Fernando Haddad e a consequente derrota do tucano José Serrasignificam "o final de uma época e de um jeito de fazer política". Segundo ele, o PSDB errou ao investir sempre no mesmo nome, no caso, Serra, como candidato à prefeito.
 
"Quem perde é a democracia e houve um equívoco do PSDB", disse Chalita ao chegar ao hotel onde o PT organiza a possível comemoração da vitória de Haddad. Ainda segundo o deputado, a eleição de Haddad "é a vitória do povo de São Paulo, de propostas, de projetos e de um jeito novo de fazer política".
 
Chalita evitou comentar sobre a participação do PMDB no governo de Haddad e afirmou que o até então candidato tem de ter serenidade para buscar as pessoas mais competentes para os cargos. "Chegou o momento em que a política não deve encher de amiguinhos", disse Chalita. Ele ratificou ainda que em nenhum momento o PMDB discutiu cargos com o PT, após sua derrota no primeiro turno e o anúncio de apoio a Haddad.
 
Marta Suplicy
 
A ministra da Cultura Marta Suplicy avaliou a derrota de José Serra (PSDB) para Fernando Haddad (PT) na disputa pela prefeitura de São Paulo como "merecida" ao chegar ao hotel onde o partido prepara a comemoração pela iminente vitória. Prefeita da cidade entre 2001 e 2004, Marta concorreu àreeleição e foi derrotada pelo candidato tucano. "Convivi muito tempo com as mentiras dele (Serra), com as apropriações que ele fez do meu governo dizendo que eram realizações dele. A derrota deve estar sendo muito dura e foi merecida", afirma.
 
Para a ministra, o ex-presidente Lula foi "o grande vencedor dessa eleição". Pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, Marta foi preterida pelo próprio ex-presidente. Inicialmente, ela não entrou na campanha de Haddad, passando a subir no palanque apenas na reta final, após assumir o cargo de ministra da Cultura.

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