Ativista chinês chega aos EUA para iniciar vida como estudante universitário
Chen Guangcheng estava em prisão domiciliar por denunciar programas de aborto e esterilizações forçadas em mulheres
O ativista político chinês Chen Guangcheng, chegou neste sábado (19) aos Estados Unidos, após fugir de sua prisão domiciliar. Ele vai iniciar uma nova vida como estudante universitário em Nova York.
Chen, que é cego, foi protagonista de grande discussão diplomática entre os governos de Washington e Pequim. O chinês chegou com esposa e dois filhos ao aeroporto de Newark, em Nova Jersey, após 13 horas de voo da United Airlines, depois que as autoridades chinesas deram permissão para eles saíssem do país.
Tanto funcionários de alto escalão da administração do governo americano, como líderes do Congresso deram as boas-vindas ao ativista.
O legislador republicano de Nova Jersey, Chris Smith, que intercedeu no caso, comemorou o desfecho do conflito diplomático. "Os Chen finalmente poderão descansar. Seus filhos agora poderão se recuperar de um trauma emocional que nenhuma criança deveria suportar”, disse Smith, presidente da subcomissão sobre Direitos Humanos da Câmara de Representantes.
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Cego desde os 5 anos, Chen foi condenado a quatro anos de prisão em 2006 por denunciar programas de aborto e esterilizações forçadas em milhares de mulheres em sua província, como parte da política do "filho único" vigente na China.
O ativista permaneceu internado este mês no hospital Chaoyang, em Pequim, recebendo tratamento na perna que foi lesionada durante sua fuga da prisão domiciliar na cidade de Nanquim, na noite de 21 de abril.
O dissidente chegou a Pequim com a ajuda de amigos ativistas e se refugiou durante seis dias na Embaixada americana, da qual saiu para ser hospitalizado.
Na última quarta-feira, funcionários do Escritório de Segurança Pública da província de Shandong visitaram Chen no hospital de Chaoyang e levaram os formulários para que ele e sua família solicitassem seus passaportes.
AC