domingo, 3 de junho de 2012

Notícia da Semana Atualidades (Jogos Olímpicos de Munique 1972)


Fürstenfeldbruck – desastre na base aérea
Por volta das 16h30, graças aos comentários ao vivo transmitidos na TV e no rádio no apartamento dos reféns, os terroristas palestinos viram como a polícia estava se posicionando para invadir o prédio. Os seqüestradores imediatamente exigiram a retirada dos atiradores e um vôo para o Cairo com os reféns israelenses. Os negociadores alemães concordaram com essa exigência depois que o Ministro Federal do Interior, Genscher, satisfeito com o fato dos reféns ainda estarem vivos, deu permissão.
Às 10h22 da noite, os terroristas foram transportados em dois helicópteros  para a base militar de Fürstenfeldbruck, a oeste de Munich, onde o plano era dominá-los. Os membros da equipe de gerenciamento da crise, incluindo Genscher e Daume, foram na frente em outro helicóptero acompanhados do chefe do serviço secreto israelense Zvi Zamir, e do Presidente do partido dominante da Bavária, o CSU, Franz Josef Strauss, e esperaram na torre do aeroporto.


Mas o plano idealizado pelo Chefe de Polícia de Munique, Georg Wolf, não funcionou: depois que dois palestinos inspecionaram o  Boeing 727 fornecido por volta das 10h40 da noite, os oficiais de polícia abriram fogo. Mas estavam em menor número e não conseguiram colocar todos os oito terroristas fora de ação de uma sóp vez. Somente três dos palestinos foram mortos. Os outros começaram um tiroteiro com as forças de segurança que durou muitas horas. Durante a ação, o policial Anton Fliegerbauer foi ferido mortalmente no andar térreo da torre. 
Erros desastrosos– como a trágica missão fracassou
Naquela noite em Fürstenfeldbruck, houve um contratempo após o outro. Para começar, toda a movimentação para libertar os reféns foi uma completa surpresa porque a polícia, disfarçada de funcionários da base, havia deixado o avião pouco antes dos helicópteros pousarem. A missão anti-terror mais parecia uma missão suicida para os oficiais que não tinham nenhum treinamento especial. 

Os franco-atiradores da polícia incluíam caçadores amadores e atiradores esportivos, e eram apenas cinco, porque até a equipe que gerenciava a crise chegar, supunha-se que havia apenas cinco atacantes. Os helicópteros não pousaram na posição planejada, deixando os atiradores em posições difíceis. Além disso, não tinham armas de precisão, nem capacetes ou coletes a prova de balas, e tiveram que agir sem rádio e sem contato visual pois, por um erro, não foram fornecidos walkie-talkies e equipamentos de visão noturna. Para piorar as coisas, os reforços pedidos ficaram presos em congestionamentos, enquanto outras unidades foram para o aeroporto de Riem, em Munique, porque a missão de controle simplesmente havia mencionado um “aeroporto”.
Quando os oficiais adicionais finalmente chegaram à pista de decolagem em suas vans blindadas, exigindo mais uma vez a rendição, OS terroristas lançaram uma granada em um dos helicópteros e atiraram no outro. Os reféns, que estavam amarrados às suas poltronas, não tiveram chance de escapar. Eles morreram em meio a fogo, fumaça e a uma saraivada de balas. Era meia noite e dez de 6 de setembro de 1972.
Às 1h32 da manhã, quando finalmente a última bala foi disparada, a dimensão da tragédia era evidente.  Todos os nove reféns morreram, assim como cinco dos oito terroristas. Dois atacantes ficaram gravemente feridos, e um levemente. Um policial foi morto e dois outros sofreram ferimentos graves. Muitos outros tiveram ferimentos leves.
 Mal-entendido trágico
A princípio, nenhuma declaração oficial foi feita no local da tragédia em Fürstenfeldbruck, porque as comunicações via rádio e a linha telefônica da torre foram interrompidas. Isso levou a um trágico mal-entendido: ‘Todos os reféns estão livres e ilesos!” foi a informação que o porta-voz do governo, Conrad Ahlers, divulgou quase meia-noite. Às 23h30, a agência de notícias Reuters espalhou pelo mundo a manchete: “Todos os reféns israelenses foram libertados”. Na manhã de 6 de setembro, as bancas de jornais exibiam manchetes completamente contraditórias, já que a trágica verdade não havia sido anunciada até as 3 da manhã.
A definição para a missão fracassada para libertar os reféns era uma só: um completo desastre. “Amadorismo evidente” foi o o veredito do chefe do serviço secreto israelense, General Zamir. O Chanceler da Alemanha Ocidental, Willy Brandt, descreveu os eventos alguns dias depois como “uma prova chocante da incompetência alemã’.
Os Jogos Olímpicos foram interrompidos por um dia, com as bandeiras hasteadas a meio mastro. Na cerimônia fúnebre em 6 de setembro, o Presidente do Comitê Olímpico Internacional, Presidente Avery Brundage, declarou: “Os Jogos devem continuar”. Mas já não eram “Jogos Felizes” depois do ataque terrorista.
A equipe israelense partiu em 7 de setembro com os caixões de seus companheiros. Foram acompanhados pelo ex-prefeito de Munique, Hans-Jochen Vogel, e o Presidente do Conselho da Comunidade Judaica na Alemanha, Werner Nachmann, como representantes da República Federal da Alemanha, a bordo de um vôo especial da El Al para Tel Aviv.
Os corpos dos terroristas foram transferidos para Tripoli em 11 de setembro de 1972, a pedido do revolucionário e líder da Líbia, Colonel Gaddafi, onde receberam um funeral de heróis.

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