PV começa hoje a discutir posição para segundo turno
Partido deve levar até 15 dias para decidir se apoiará Serra ou Dilma na segunda fase do pleito
AEA cúpula do PV se reúne na tarde desta terça-feira com a candidata derrotada à Presidência da República, Marina Silva, para começar a discutir a posição do partido para o segundo turno e também debater propostas programáticas que podem ser negociadas com os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) para um possível acordo.
Apesar do assédio de tucanos e petistas, os verdes dizem que não têm pressa para definir que rumo vão tomar a partir de agora. "Quem tem pressa são eles. E eles vão ter de assumir as nossas teses", disse o presidente do PV do Rio de Janeiro, Alfredo Sirkis. Oficialmente, Marina não terá agenda nesta terça. O local do encontro das lideranças não foi divulgado.
O discurso oficial dentro do partido é de que os interessados no apoio do PV terão de encampar a bandeira da sustentabilidade e que ninguém em nome do partido está autorizado a declarar apoio a Dilma ou a Serra. "O partido está coeso em torno de um processo. A posição não pode ser de uma pessoa só", afirmou Maurício Brusadin, presidente do PV paulista.
O "processo" incluirá reuniões entre a executiva do partido, consulta aos eleitores e simpatizantes da candidatura que já vêm se manifestando no site www.movmarina.com.br - em menos de 24 horas o fórum criado no site já reuniu mais de cinco mil opiniões.
A expectativa é de que amanhã o PV divulgue a data de sua convenção para ouvir a militância e, em 15 dias, tenha uma posição sacramentada. "O partido vai para uma convenção porque isso legitimará qualquer posição", defendeu o candidato derrotado do partido ao governo de São Paulo, Fábio Feldmann. "Quanto mais transparente (for o processo), melhor será para explicar para a sociedade", completou.
Euforia
Nos bastidores do PV o clima é de euforia com os quase 20 milhões de votos. "Cravamos a posição de terceira força política, (fato) que nos permite sonhar com a Presidência da República", comemorou Brusadin nessa segunda-feira, após a entrevista coletiva de Marina Silva no antigo comitê de campanha de Fábio Feldmann, na zona oeste de São Paulo. "O PV de 3 de outubro é outro", afirmou Feldmann.
Em nome da expressiva votação, o partido quer discutir exaustivamente o assunto para não correr o risco de perder o capital político conquistado nas urnas. "Há uma enorme responsabilidade no trato deste volume de apoio recebido e essa responsabilidade tem de ter como principal foco a nossa diretriz, a nossa visão de futuro", comentou João Paulo Capobianco, coordenador-geral da campanha do PV à Presidência.