Caso Yoki
Amante de Marcos Matsunaga deverá ser ouvida amanhã
Segundo advogado da família do empresário, outras duas pessoas devem ser ouvidas, incluindo o reverendo que celebrou o casamento de Marcos e Elize
Naiara Infante Bertão
A viúva Elize Matsunaga chega ao DHPP, em São Paulo, nesta quarta-feira (Nilton Fukuda/AE)
Elize pode pegar entre 12 e 30 anos de prisão
A amante do executivo da Yoki Marcos Matsunaga, morto e esquartejado pela mulher em maio, deverá depor nesta segunda-feira no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, conforme disse ao site de VEJA o advogado da família do empresário morto, Luiz Flávio D'Urso.
Segundo o advogado de Elize Araújo Kitano Matsunaga, esposa de Marcos, a defesa quer que a amante confirme dois fatos: que passou grande parte dos dias 17,18 e 19 de maio com a empresário enquanto Elize, a filha e a babá visitavam sua família em Chopenzinho, no Paraná (a 394 km de Curitiba) e também que a amante ganhou um carro de Marcos no valor de apoximadamente 100 mil reais por volta desta época.
D'Urso, advogado da família do empresário, se reunirá com o delegado responsável pelo caso, Mauro Dias Gomes, também na segunda-feira para pedir à polícia que esclareça alguns pontos do caso.
"Quero que o delegado ouça novamente o reverendo (Renê, da Igreja Anglicana) que alertou Marcos sobre o perigo de ter armas em casa aproximadamente uma semana antes dele desaparecer", afirma D'Urso. O reverendo teria se encontrado com Marcos em um domingo que ele fora sozinho à igreja e falado que não era bom ele manter sua coleção de aproximadamente 30 armas em casa. Para o advogado da família, a conversa pode ter sido motivada por conta de alguma confissão de Elize ou comentário feito ao referendo.
D'Urso argumenta que se for comprovado que Elize planejou o crime na noite do dia 19 de maio, a sentença será mais dura. Ao contrário, se Elize agiu por impulso, uma eventual sentença seria mais branda. "A surpresa e a emoção podem atenuar a conduta", explica o advogado. Elize pode pegar entre 12 e 30 anos de cadeia.
O reverendo Renê, da Catedral Anglicana de São Paulo, casou Elize e Marcos, batizou sua filha e era o conselheiro do casal. Renê chegou a prestar depoimento antes de Elize confessar o crime, mas o advogado da família acredita que seria necessário um novo depoimento e vai fazer este pedido para o delegado nesta segunda-feira.
"Também queremos que o guarda rodoviário que parou e multou Elize enquanto ela levava as partes do corpo de Marcos deponha e esclareça se ela estava sozinha e como se comportou", diz D'Urso. Depois de atirar, matar e esquartejar o marido, Elize colocou partes de seu corpo em sacos plásticos azuis e os jogou em região de mata de Cotia (SP).