Por Chico Braun
Na última semana recebi uma correspondência que me fez pensar sobre a idéia de meio ambiente e como nas últimas décadas o discurso ambiental foi apropriado pela mídia, empresas e pelo próprio capital. Recordo-me que no início da década de 1980, fiz parte uma organização ambiental (nessa época não se falava em Ong) e a representação de ambientalista era de “quem não tinha o que fazer”, tratar do meio ambiente era tido como preocupação de desocupado.
Nos anos 1990, o meio ambiente tornou-se política pública, o Eco 92 tornou-se um símbolo da preocupação ambiental e dos destinos do planeta. A preocupação com a redução da emissão de gases, de CFC (cloro flúor carbono) começaram a fazer parte das políticas públicas e uma preocupação global com as alterações climáticas.
Nos últimos anos os discursos de sustentabilidade e preservação ambiental ganharam a mídia, contabilizando para as empresas uma oportunidade de marketing através do cuidado com o meio ambiente e na obtenção do ISO 14000 (qualidade ambiental). Todos os esforços acerca do cuidado com o meio ambiente é louvável e necessário para o equilíbrio da vida no planeta.
Retornando a correspondência que recebi, ela sugeria que ao me cadastrar eu poderia receber por e-mail minha fatura mensal e que estaria contribuindo com o meio ambiente. Isso me fez refletir até onde eu estaria realmente contribuindo com o meio ambiente? Cheguei a conclusão que se receber minha fatura por e-mail estarei ajudando o banco que me envia a fatura mensalmente pelo correios a reduzir uma despesa com o envio da correspondência e reduzir o custo de impressão da fatura.
Em muitos casos a sustentabilidade e o meio ambiente estão em pauta porque impulsionam a reprodução do capital...
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