Eleições na França
Vizinhos elogiam Hollande.
E Sarkozy é nova vítima da crise
Merkel,
Cameron e Rajoy falaram com presidente eleito da França, que vai ter papel
central na tentativa de resgatar o continente de turbulências econômicas
François Hollande, presidente
eleito da França, acena ao chegar para discurso aos seus simpatizantes, na
cidade de Tulle, sudoeste do país, onde ele foi prefeito (Regis Duvignau/Reuters)
Sarkozy torna-se mais uma vítima
da crise - com a guinada de poder deste domingo, já são doze as mudanças de
governo ocorridas na Europa desde 2010, quando a crise começou a afetar de
forma mais dramática o continente
Os chefes
de governo das principais economias europeias parabenizaram o presidente eleito
François Hollande neste domingo, depois da divulgação dos
resultados do segundo turno da eleição na França. Entre os vizinhos, a
expectativa é pelas posições de Hollande em relação ao combate à crise
econômica que assola o continente europeu. Os especialistas, porém, não temem
medidas radicais - a previsão, antes mesmo do pleito, era de que o vencedor,
fosse Hollande ou Nicolas Sarkozy,não teria como escapar
das medidas amargas necessárias para lutar contra a crise, ainda
que cada um tivesse posições distintas sobre o assunto durante a campanha. O
atual presidente francês, que fracassou na tentativa de se reeleger 5 anos
depois da chegada ao Palácio do Eliseu, engrossou a longa lista de chefes de
governo que caíram em meio à crise.
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François Hollande diz que 'franceses escolheram a mudança'
Entre os líderes que se comunicaram com Hollande neste domingo estão a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy. Merkel ligou para o político socialista e o convidou a visitar a Berlim assim que tiver assumido o cargo, informou o porta-voz do governo da Alemanha, Steffen Seibert. Merkel deu parabéns ao francês e disse, segundo o porta-voz, que França e Alemanha concordam com a necessidade de desenvolver "uma frutífera e estreita cooperação". Durante a campanha, Hollande disse que pretendia renegociar o pacto fiscal na União Europeia, do qual a Alemanha é a principal patrocinadora, porque acredita que não se deve interromper o crescimento em nome da austeridade nos gastos públicos.
"Mas as duas partes estão dispostas a buscar um acordo pragmático e viável para conseguir o objetivo comum, que é a estabilização do euro", disse o ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle. O ministro fez questão de desmentir os possíveis temores sobre uma relação problemática com Hollande, garantindo que a manutenção do pacto fiscal não significa que o crescimento econômico será sacrificado. Para ele, estimular a expansão da economia não significa necessariamente gastar mais, mas sim, gastar melhor o dinheiro público. As comunicações entre o presidente eleito e Cameron e Rajoy tiveram tom semelhante. Para o britânico, a conversa foi "cordial" e sinalizou o desejo mútuo de aprofundar a relação entre os países. Rajoy também se disse convencido de que a relação com Hollande será positiva e frutífera para a Europa.
Entre os líderes que se comunicaram com Hollande neste domingo estão a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy. Merkel ligou para o político socialista e o convidou a visitar a Berlim assim que tiver assumido o cargo, informou o porta-voz do governo da Alemanha, Steffen Seibert. Merkel deu parabéns ao francês e disse, segundo o porta-voz, que França e Alemanha concordam com a necessidade de desenvolver "uma frutífera e estreita cooperação". Durante a campanha, Hollande disse que pretendia renegociar o pacto fiscal na União Europeia, do qual a Alemanha é a principal patrocinadora, porque acredita que não se deve interromper o crescimento em nome da austeridade nos gastos públicos.
"Mas as duas partes estão dispostas a buscar um acordo pragmático e viável para conseguir o objetivo comum, que é a estabilização do euro", disse o ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle. O ministro fez questão de desmentir os possíveis temores sobre uma relação problemática com Hollande, garantindo que a manutenção do pacto fiscal não significa que o crescimento econômico será sacrificado. Para ele, estimular a expansão da economia não significa necessariamente gastar mais, mas sim, gastar melhor o dinheiro público. As comunicações entre o presidente eleito e Cameron e Rajoy tiveram tom semelhante. Para o britânico, a conversa foi "cordial" e sinalizou o desejo mútuo de aprofundar a relação entre os países. Rajoy também se disse convencido de que a relação com Hollande será positiva e frutífera para a Europa.
Leia também: Presidente
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Reação - A queda de Sarkozy, o candidato da direita na eleição deste domingo, deixa no ar uma ponta de incerteza em relação ao futuro das políticas econômicas da UE, que vinham sendo ditadas pela colaboração estreita entre a França e a Alemanha de Merkel. Sarkozy torna-se mais uma vítima da crise - com a guinada de poder deste domingo, já são doze as mudanças de governo ocorridas na Europa desde 2010, quando a crise começou a afetar de forma mais dramática o continente. Nesses dois anos, os eleitores castigaram os partidos no poder, independentemente de sua orienteção ideológica. Na Grã-Bretanha, por exemplo, as eleições gerais de maio de 2010 deram aos trabalhistas a maior derrota de sua história - e forçaram os conservadores a formar um governo de coalizão com os liberais, o primeiro em 70 anos, chefiado por Cameron.
Em seguida, em junho de 2010, as eleições na Bélgica e na Holanda também rejeitaram os partidos no poder. No ano seguinte, as mudanças continuaram, com trocas de governo na Irlanda e em Portugal. Meses depois foi a vez da Dinamarca, que tirou do poder a centro-direita, que governava desde 2000, e elegeu o grupo de centro-esquerda. Em novembro último, na Espanha, as eleições gerais derrubaram os socialistas e deram o poder ao Partido Popular, de Mariano Rajoy. O ano terminou com as eleições antecipadas na Eslovênia, onde a corrente social-democrata foi derrubada por um novo partido de esquerda. Grécia e Itália foram casos especiais, já que seus Executivos foram substituídos por governos de tecnocratas, liderados por personalidades muito próximas à UE. Uma outra queda de governo ocorreu no mês passado, na Eslováquia.
Reação - A queda de Sarkozy, o candidato da direita na eleição deste domingo, deixa no ar uma ponta de incerteza em relação ao futuro das políticas econômicas da UE, que vinham sendo ditadas pela colaboração estreita entre a França e a Alemanha de Merkel. Sarkozy torna-se mais uma vítima da crise - com a guinada de poder deste domingo, já são doze as mudanças de governo ocorridas na Europa desde 2010, quando a crise começou a afetar de forma mais dramática o continente. Nesses dois anos, os eleitores castigaram os partidos no poder, independentemente de sua orienteção ideológica. Na Grã-Bretanha, por exemplo, as eleições gerais de maio de 2010 deram aos trabalhistas a maior derrota de sua história - e forçaram os conservadores a formar um governo de coalizão com os liberais, o primeiro em 70 anos, chefiado por Cameron.
Em seguida, em junho de 2010, as eleições na Bélgica e na Holanda também rejeitaram os partidos no poder. No ano seguinte, as mudanças continuaram, com trocas de governo na Irlanda e em Portugal. Meses depois foi a vez da Dinamarca, que tirou do poder a centro-direita, que governava desde 2000, e elegeu o grupo de centro-esquerda. Em novembro último, na Espanha, as eleições gerais derrubaram os socialistas e deram o poder ao Partido Popular, de Mariano Rajoy. O ano terminou com as eleições antecipadas na Eslovênia, onde a corrente social-democrata foi derrubada por um novo partido de esquerda. Grécia e Itália foram casos especiais, já que seus Executivos foram substituídos por governos de tecnocratas, liderados por personalidades muito próximas à UE. Uma outra queda de governo ocorreu no mês passado, na Eslováquia.
(Com
agência EFE)