segunda-feira, 2 de maio de 2011

Reflexões

Considerações Sobre o 1º de Maio


Por Chico Braun


O 1º de Maio é um feriado interessante para refletirmos sobre como nas duas últimas décadas estamos nos posicionando frente ao Capital. Podemos considerar o Capitalismo um ser mutante, dissimulado, que se esquiva com muita facilidade e por isso  vem sobrevivendo nos últimos dois séculos e meio se considerarmos o advento da Revolução Industrial do século XVIII (aproximadamente 1760).


O Capitalismo Industrial "reinou soberano" até a segunda metade do século XIX, quando com a publicação do Manifesto do Partido Comunista por Karl Marx e Friedrich Engels e da obra O Capital, também de Karl Marx e complementada por Engels, o capitalismo recebeu uma critica contundente e profunda que inspirou diversos movimento políticos e sociais no decorrer do século XX.


No entanto, o final do século XX, foi abalado por uma onda de crise no pensamento social e político com a queda do socialismo soviético em 1991 (Vale lembrar que neste ano completa 20 anos), a Era dos Extremos  de Eric Hobsbawm chegara ao fim. Nesse período o pensamento social passou por uma crise de pensamento e posicionamento, Fukuiama decretou o "fim da História", o marxismo estava fadado ao desaparecimento e lembro-me de Marilena Chauí tratando dos "marxistas envergonhados".





O Capital parecia celebrar sua vitória sobre o socialismo, as esquerdas estavam pensando o que fazer frente aos discursos globalizantes e neoliberalizantes que atingia a América Latina na década de 1990. O capitalismo que estamos descrevendo, estava em crise, poderia dizer agonizante que viu no leste europeu e na agora ex-União Soviética a possibilidade de respirar ganhando um novo mercado consumidor.


A tentativa de sepultar o marxismo foi em vão, as questões que Marx apontou no livro "O Capital", estão mais vivas do que nunca. Quando tratamos de Mais-Valia, esse conceito está mais vivo que nunca e podemos dizer que é a mola mestra da existência do Capital. A Mais-Valia é o salário não pago, transformação do em alguém que vende sua força de trabalho e não vende mais seu trabalho.


Esse processo de dá quando se reduz o tempo de produção, se produzir mais em menos tempo, por esse motivo se investe tanto em tecnologia para fazer o trabalhador produzir mais em menos tempo recebendo o mesmo salário. Hoje esse processo ganhou um novo termo, metamoforseando-se no conceito de produtividade. Aumentar a produtividade significa aumentar a "Mais-Valia".


Não pense que na educação a Mais-valia não encontrou seu espaço, ela está presente na quantidade de alunos que temos em sala, muitas vezes salas lotadas, no excesso de trabalho que levamos para casa, nos atributos que temos ao colocar notas em sistemas virtuais (anteriormente era trabalho de secretaria). Isso nos faz assumir cada vez mais uma carga de trabalho não pedagógico, precisamos pensar na no dia do trabalhador no modo como nos portarmos frente ao capitalismo mutante e desgovernado que vivemos.

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